
Governo quer analisar comportamento de onça no CRAS após ataque fatal
Publicado em 23/04/2025 18:15
O Governo de Mato Grosso do Sul pretende capturar a onça-pintada que matou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, no pesqueiro Touro Morto, para analisar seu comportamento no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande. A ação é tratada como prioridade após o felino retornar ao local do ataque, no Pantanal sul-mato-grossense.
A informação foi confirmada pelo secretário-executivo de Meio Ambiente, Artur Falcette, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (23). Segundo ele, o animal demonstra comportamento incomum e a análise no CRAS poderá esclarecer as causas da agressividade. “É uma demonstração muito atípica, sem recorrência nesse tipo de situação”, afirmou.
A Semadesc acionou o professor Gediendson Ribeiro de Araújo, da UFMS, considerado um dos maiores especialistas no manejo de onças no país. Ele acompanha a Polícia Militar Ambiental na busca. A onça, um macho com peso estimado entre 90 e 100 quilos, foi avistada novamente na área do pesqueiro.
Objetivo é prevenir novos casos - Artur explicou que a captura é essencial para entender o caso. “A captura vai ajudar a preencher algumas lacunas sobre como foi esse encontro, e especialmente os motivos que levaram o animal a esse comportamento tão atípico.”
Após a captura, o animal será levado ao CRAS, onde passará por exames clínicos e comportamentais. Confirmado o envolvimento no ataque, ele poderá ser transferido para um dos centros credenciados pelo programa federal de manutenção de animais silvestres que se envolveram em incidentes com humanos.
Risco de novos ataques preocupa - A PMA também reforçou que nenhuma ação de retaliação à onça será tolerada. “Matar animal silvestre é crime. Se isso acontecer, quem o fez será responsabilizado. É o Estado que está tomando providências para capturar e estudar o animal, para evitar outros fatos dessa natureza”, afirmou o coronel José Carlos Rodrigues.
Além disso, a corporação alerta para a prática ilegal da ceva — quando se atrai animais com alimento. A região está sob monitoramento.
Felino já retorno - Desde a morte de Jorge Ávalo, na madrugada de segunda-feira (21), a onça foi vista mais vezes na área. Na noite de terça (22), destruiu a tela de proteção e invadiu o espaço onde o caseiro costumava limpar peixes. No dia anterior, durante o resgate dos restos mortais, o animal reapareceu e atacou um dos homens. Houve disparos e a onça fugiu.
O corpo de Jorge foi encontrado parcialmente devorado, a cerca de 300 metros do local do primeiro ataque, na região do encontro dos rios Miranda e Aquidauana. Ele será velado em Anastácio, cidade onde morava.
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