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Protetores unem forças para salvar gatos ameaçados em terreno baldio da Capital

Publicado em 01/05/2025 14:36

Uma rede de protetores de animais se mobiliza para encontrar lares temporários e definitivos para cerca de dez gatos abandonados em um terreno baldio na Rua Ipezal,  no Bairro Jardim Bela Vista, em Campo Grande. Os animais, alimentados há mais de uma década pelo professor Onei Fernando Savioli, de 60 anos, estão ameaçados após uma série de episódios de hostilidade por parte de alguns moradores da região.

Protetores de animais em Campo Grande mobilizam-se para resgatar dez gatos abandonados em um terreno baldio no Jardim Bela Vista. Os animais, cuidados por um professor há mais de uma década, enfrentam hostilidade de moradores, com episódios de envenenamento e destruição de abrigos improvisados. A situação agravou-se após um morador filmar e confrontar o professor enquanto alimentava os gatos. O grupo de cem voluntários, com apoio de ONGs e órgãos públicos, busca lares temporários e definitivos para os gatos. A ação inclui castração e cuidados veterinários. A principal dificuldade, segundo os protetores, é encontrar pessoas dispostas à adoção. O professor, alvo de perseguições, registrará um boletim de ocorrência. A mobilização continua, com ações de resgate e castração programadas para o próximo sábado.

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A situação ganhou notoriedade no último sábado (26), quando Savioli foi filmado e confrontado por uma moradora enquanto alimentava os gatos. O vídeo, gravado sem sua autorização, circulou em grupos de mensagens do bairro, provocando indignação entre protetores e defensores dos direitos dos animais. “Fui tratado como um criminoso, com gritos e xingamentos, como se estivesse fazendo algo errado”, desabafa o professor, que cuida de animais desde a infância.

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Preocupado com a segurança dos gatos — alguns já castrados e outros aguardando a cirurgia —, Savioli uniu-se a um grupo de cerca de 100 voluntários. A ação conta com apoio de ONGs, da prefeitura e do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). O plano é claro: castrar, acolher e encaminhar os animais para adoção. “Já temos locais preparados para receber os bichinhos após a castração. O difícil mesmo é encontrar quem queira adotá-los”, explica o professor.

Segundo os protetores, a situação é agravada por casos recorrentes de envenenamento e abandono no local. "Muita gente deixa gatos doentes ou filhotes aqui. Eles sabem que tem gente cuidando e aproveitam para se livrar dos animais", lamenta Gesianne de Cássia, de 54 anos, funcionária pública que começou a ajudar após conhecer o caso de Savioli.

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Com a proximidade do inverno, protetores chegaram a instalar casinhas improvisadas para proteger os gatos do frio, mas algumas foram retiradas por vizinhos. “Jogaram fora as casinhas feitas com papelão reforçado. É uma luta constante entre o cuidado e a intolerância”, afirma Gesianne.

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Savioli, que vive no bairro há 16 anos e cuida também de oito cães em casa — todos vacinados e chipados —, diz que está cansado das perseguições e pretende registrar um boletim de ocorrência. “Só quero fazer o certo. Os animais não têm culpa. Nosso medo agora é que envenenem os que restam.”

A mobilização segue firme, com ações agendadas para o próximo sábado (3), quando parte dos gatos será levada para castração. O grupo busca com urgência lares temporários e adotantes definitivos para impedir que mais uma tragédia aconteça no local.

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