
Empresário morre em delegacia e família alega negligência
Publicado em 02/05/2025 20:09
### Início: Um Trágico Acidente e Suas Consequências
Na noite de quinta-feira, 1º de outubro, uma trágica sequência de eventos desencadeou-se em Campo Grande, deixando uma família em luto e levantando questões sobre a conduta da Polícia Civil. O empresário e arquiteto aposentado Antônio Cesar Trombini, de 60 anos, foi preso por embriaguez ao volante após um acidente na Rua Arthur Jorge. Infelizmente, sua história não terminou ali. Antônio faleceu em uma cela comum enquanto aguardava sua audiência de custódia, deixando uma série de perguntas sem respostas.
### Desenvolvimento: Os Detalhes do Acidente e as Alegações da Família
O acidente ocorreu quando Antônio, que conduzia uma caminhonete Volkswagen Amarok, colidiu com um Hyundai Creta. O motorista do Creta saiu ileso, mas sua passageira sofreu um corte na cabeça, considerado leve. O filho dela, um policial civil, deu voz de prisão ao empresário. Segundo o boletim de ocorrência, Antônio apresentava sinais visíveis de embriaguez, como fala arrastada e hálito etílico, e o teste do bafômetro apontou 0,67 mg/L, valor que configura crime de trânsito.
Na Depac Cepol, localizada no Bairro Tiradentes, Antônio declarou ser hipertenso e fazer uso de remédios controlados. Como houve lesão na outra condutora, o caso seguiu para audiência de custódia, prevista para ocorrer no dia seguinte. Antônio permaneceu detido durante toda a madrugada.
A família de Antônio alega que ele bateu a cabeça durante a colisão e passou mal ainda na delegacia, mas não recebeu atendimento médico — mesmo após pedidos da filha e do irmão, que é médico. A ex-esposa dele, Sandra Roncatti, mãe de uma filha do empresário, afirma que a situação foi mal conduzida desde o início. "O bombeiro não pôde socorrer, o policial já colocou ele na viatura e levou direto para o Cepol. Na delegacia, ninguém deixou o irmão dele entrar, mesmo sendo médico. Ele morreu porque bateu a cabeça, não por doença", declarou Sandra.

O boletim de ocorrência também relata que, antes de sua morte, Antônio teve acesso ao advogado e recebeu os medicamentos que estavam com ele no bolso, incluindo remédios para pressão arterial. A família alega que, após receber os medicamentos, ele não foi adequadamente monitorado e não recebeu suporte médico adequado, o que agravou seu quadro de saúde.
### Conclusão: As Consequências e as Investigações
A família de Antônio afirma que o parecer do Ministério Público, recomendando a soltura, já havia sido emitido. Mesmo assim, segundo eles, a liberação não ocorreu a tempo. "A filha dele passou a madrugada tentando conseguir a soltura. Já havia laudo médico sobre as comorbidades. Quando finalmente foram liberá-lo, ele já tinha morrido", acrescenta Sandra.
A causa oficial da morte ainda não foi informada pelo Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), mas a família afirma que o atestado de óbito aponta traumatismo craniano. A Polícia Civil informou que a apuração do caso será feita pela Corregedoria-Geral. "Um agente que estava no plantão foi identificado pela família como quem teria negado a entrada do irmão médico e o atendimento será apurado", explica Sandra.
O velório de Antônio Cesar Trombini está previsto para este sábado (3), em horário e local a confirmar. Além de arquiteto, ele era proprietário de um restaurante na Rua 14 de Julho e bastante conhecido no setor empresarial da Capital.
Este caso traz à tona questões importantes sobre a responsabilidade e o cuidado com os presos, especialmente aqueles que apresentam condições de saúde pré-existentes. A família de Antônio espera que a verdade seja esclarecida e que medidas sejam tomadas para evitar que tragédias como essa se repitam no futuro.