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Aumento salarial da prefeita é aprovado apenas com voto contrário de ex-prefeito

Publicado em 24/04/2025 13:50

A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou nesta quarta-feira (24) o projeto de reajuste escalonado do salário da prefeita Adriane Lopes (PP), da vice-prefeita Camila Jara (PT), de secretários e de aproximadamente 500 servidores que recebem pelo teto municipal. O projeto foi aprovado em regime de urgência e com efeito retroativo a fevereiro, apesar do voto contrário do vereador e ex-prefeito da capital, Marquinhos Trad (PDT).

Marquinhos foi o único a se manifestar contra o reajuste durante a sessão. Segundo ele, a medida atende apenas a um grupo restrito de servidores com altos salários. “Estamos falando de apenas 474 servidores que serão beneficiados, dentro de um universo de 25 mil. Isso representa apenas 1,66% do quadro da Prefeitura. Serão privilegiados”, disse. Ele destacou ainda que todos os beneficiários já recebem acima de R$ 20 mil por mês e criticou o momento da aprovação. “É um contrassenso, num momento em que a própria Prefeitura está com nome inscrito no Serasa por falta de pagamento”, concluiu.

Com a aprovação, o salário da prefeita Adriane passará de R$ 21.263,62 para R$ 26.943,05 ainda em 2025. Em 2026, o valor sobe para R$ 31.912,56 e chega a R$ 35.462,22 em 2027. O da vice-prefeita seguirá escalonamento semelhante, encerrando em R$ 31.915,80. Secretários e dirigentes de autarquias também serão beneficiados, com vencimentos chegando a R$ 30.142,70.

A proposta foi defendida por representantes de categorias atingidas, como o auditor fiscal aposentado Silvio Lima, de 57 anos. Ele acompanhou a votação e comemorou a aprovação. “A gente está há 14 anos com o salário congelado. Isso não é aumento, é reposição. Quando nos aposentamos, perdemos uma parte do salário, e o custo de vida aumentou muito. É justo, porque são os auditores que arrecadam para a Prefeitura”, explicou.

Segundo a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, o impacto financeiro total do reajuste será de R$ 95 milhões até 2027. Para este ano, o custo será de R$ 32,8 milhões, subindo para R$ 73 milhões no ano que vem. O orçamento será ajustado para comportar os novos valores, mantendo a receita corrente líquida comprometida em 51% em 2025 e 2026, e em 52,3% em 2027.

O projeto causou repercussão também por conta do veto da prefeita a emendas parlamentares previstas no Fundo de Investimentos Sociais. A secretária informou que os recursos, antes oriundos do orçamento estadual, agora serão disponibilizados por meio de convênios, o que exigirá nova negociação entre os vereadores, a Prefeitura e o Governo do Estado.

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