Clientes madrugam nas lojas em busca dos últimos ovos de Páscoa disponíveis

Mesmo sem grandes descontos, a movimentação nas lojas de chocolates e supermercados já é intensa a dois dias da Páscoa. Consumidores madrugam na porta dos comércios na manhã desta sexta-feira (18) para garantir os últimos ovos disponíveis, em meio a estoques limitados e preços pouco atrativos.

A dois dias da Páscoa, consumidores enfrentam filas em lojas de chocolates e supermercados para garantir ovos, mesmo sem grandes descontos. Estoques estão limitados e preços altos, levando muitos a optarem por alternativas mais baratas, como barras de chocolate e caixas de bombom. Lojas como Cacau Show e Cacau Brasil relatam estoques quase esgotados e movimento intenso. Promoções são raras, e muitos consumidores reclamam dos preços elevados e da dificuldade em encontrar produtos específicos. Apesar disso, a tradição pascal mantém a demanda alta, com consumidores dispostos a pagar mais para garantir os ovos desejados.

No Bairro Jockey Clube, em Campo Grande, a encarregada Adriana Rodrigues, de 44 anos, conta que as vendas foram positivas e que os ovos já estão praticamente esgotados. “Aqui a venda foi boa, só sobrou um carrinho de ovos de Páscoa, que está na entrada. Ainda não entrou em promoção, só na segunda-feira, se sobrar”, explica.

Ela diz que, mesmo sem descontos, o movimento no domingo costuma ser forte. “Nós mantemos o preço no domingo para ver como é a saída, porque geralmente no domingo já não tem mais ovo. Sempre tem uns atrasados, que levam até os ovos quebrados na última hora”.

Com os preços altos dos ovos, muitos consumidores têm optado por alternativas mais baratas. “O pessoal está levando bastante os outros chocolates, barra e caixa. Quando não leva o ovo de Páscoa, não acha o preço tão bom, então leva uma caixa de bombom ou barras de chocolate. Esses produtos já estão em promoção desde ontem, para queimar o estoque”, relata Adriana.

Na Cacau Show da Rua 14 de Julho, o cenário se repete. A loja abriu com fila na porta: pelo menos quatro famílias aguardavam desde cedo. Segundo um funcionário, a expectativa é de casa cheia até o domingo. “Hoje deve estar bastante movimentado, em alguns horários deve ter até fila, todo ano é assim. Esse ano está mais devagar”, afirma.

A loja opera com horários estendidos: sexta-feira das 9h às 18h, sábado das 9h às 17h e domingo das 9h às 13h. Apesar de promoções em produtos infantis, não há queima de estoque nos ovos.

Na Cacau Brasil da Rua 13 de Maio, o estoque também já está perto do fim. “A gente já está com o estoque bem baixo, só mesmo o que está exposto na loja. Muitas unidades já esgotaram. Agora realmente está vindo quem deixou para a última hora”, explicou a proprietária Rubia Grubert, de 30 anos. Ela diz que a loja abriu às 9h e pode estender o expediente dependendo do movimento.

“Hoje a gente tem ovo a partir de R$ 49,99 até 120 reais. Já estamos com promoção de 30% na segunda unidade há uns 20 dias. Não tem promoção específica para a reta final. A partir de segunda-feira é que os preços vão cair bastante, se sobrar alguma coisa”.

Nos supermercados, a situação é semelhante: poucos ovos ainda disponíveis e pouco movimento de manhã. Já nas lojas especializadas, a clientela chegou cedo. A subgerente Fabiana Aparecida Pereira, 37 anos, madrugou com as filhas para comprar três ovos na Cacau Show.

Chego sempre antes de abrir. Trouxe minhas filhas, mas já deixei combinado com elas que iríamos comprar um ovo sem brinquedo, mas com mais chocolate, conta.

Ela conseguiu encontrar preços mais acessíveis: “No começo estava mais caro, hoje consegui um desconto bom nos ovos infantis. É um jeito de economizar. Eu pesquisei os preços e procurei mais baratos”.

Produtos desejados - Outros consumidores, porém, relatam dificuldade em encontrar os produtos desejados. O advogado Darlan Siqueira Nantes, de 41 anos, chegou cedo ao centro da cidade em busca de um ovo específico.

“Eu estava procurando um ovo específico. E já não estava tão fácil de achar. Fui em outras unidades e já não tinha mais, aí eu optei em vir aqui pro centro para poder tentar localizar. Consegui encontrar aqui uma última unidade”, conta.

Apesar de conseguir o produto, ele reclamou do preço: “Paguei R$ 139. Tem algumas marcas mais tradicionais que a gente gostava de pegar antigamente que, além do preço mais alto, a qualidade diminuiu".

A veterinária Débora Palumbo, de 51 anos, também foi às compras esperando por promoções, mas se frustrou.

Deixei para vir no último final de semana porque normalmente tem promoção, tipo leve 3, pague 2. Mas esse ano parece que não está. Achei o preço mais salgado e achei com menos opção esse ano, diz.

Débora calcula que irá gastar cerca de R$ 500 em oito ovos para a família. “Principalmente nos mercados, as lojas de chocolate compensam mais”, avalia.

O cenário mostra que, apesar da alta nos preços e da escassez de promoções, os consumidores seguem fiéis à tradição pascal, mesmo que isso signifique enfrentar filas e pagar mais caro para garantir os últimos ovos disponíveis nas prateleiras.