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A Última Ceia, mito e realidade de um momento chave

Publicado em 16/04/2025 07:40

Depois da crucificação, a ceia pascoal é o momento do Novo Testamento que mais obras de arte há gerado, desde Leonardo da Vinci até o Indiana Jones ou o Rei Artur em busca do Santo Graal - a taça usada por Cristo nesse jantar.  A Última Ceia se encontra não só no centro da liturgia do cristianismo, como também foi o momento essencial na construção da nova religião. Há um imenso terreno onde se misturam a fé, a teologia e a história.

Três Evangelhos, três histórias quase idênticas.

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Esse famoso jantar é narrado de forma muito parecida pelos denominados Evangelhos “Sinópticos”. Marcos, Mateus e Lucas tratam o jantar da Páscoa, durante a que Jesus anuncia aos 12 apóstolos que um deles o trairá e assenta as bases do sacramento da Eucaristia, quando convida a seus seguidores mais próximos a comer o pão e beber o vinho como se fossem seu corpo e seu sangue.

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Lavando os pés.

O evangelho de João, escrito bem depois dos demais, dá uma versão diferente do encontro e conta que Jesus lavou os pés dos apóstolos e lhes transmitiu um novo Mandamento: “ Amai-vos uns aos outros como eu os tenho amado”. No entanto, João mantém o que os outros disseram: durante essa ceia foi quando Jesus anunciou a traição.

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Terça-feira ou quarta-feira?

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Há um intenso e antigo debate se a Última Ceia ocorreu na terça-feira ou na quarta-feira. A menção mais antiga dela se encontra na Primeira Carta aos Coríntios de Saulo de Tarso, que a descreve em uma visão recebida de Cristo. Foi Saulo, conhecido no Brasil como Paulo, quem interpretou esse jantar como um sacramento de união mística entre Jesus e seus fiéis, dando origem a uma nova religião, separada do judaísmo. É um momento crucial na formação da religião majoritária no mundo.

A “ingestão de Deus”, sai Israel, entra Roma.

Mas, porque é dada tanta importância a esse jantar? A explicação dada pelo estudiosos é de que esse é o momento, descrito por Saulo de Tarso, que mostra com clareza que os cristãos não transigiam com a “ingestão de Deus”. Para os judeus, essa “comunhão” é inadmissível. Pelo contrario, essa comunhão está muito próxima da Roma que tinha de ser conquistada, por se parecer com seus rituais de sacrifícios. A Eucaristia é uma forma de recordar que Jesus morreu por seus fiéis e que voltará um dia. É um dos maiores símbolos de uma comunidade de fiéis, a Igreja, que espera o regresso de seu salvador.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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