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Com vida de dança, 'rainha dos bailes' segue famosa aos 92 anos

Publicado em 13/04/2025 07:10

### Início: A Rainha dos Bailes e Sua Homenagem

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Imagine uma mulher que dedicou mais da metade da vida a uma paixão: a dança. Maria Almeida Mertello, carinhosamente chamada de "rainha dos bailes", foi homenageada no lugar onde deixou sua marca por 36 anos: a pista de dança. Aos 92 anos, Maria é uma verdadeira lenda viva, pioneira nos bailes para a melhor idade. Na Casa de Dança Janete Martins, ela recebeu abraços calorosos e inúmeros pedidos para fotos. Apesar de sua modéstia, os convidados não hesitam em chamá-la de ícone. A festa reuniu amigos e admiradores, todos ali para celebrar sua contribuição incalculável para a comunidade da melhor idade. Com uma história que transcende gerações, ela é uma figura querida e respeitada. Apesar de sua humildade, é impossível negar o impacto que ela teve na vida de tantas pessoas. A casa estava lotada de rostos conhecidos, todos ansiosos para reverenciar a mulher que transformou a vida de muitos com seu amor pela dança. A Casa de Dança Janete Martins foi o palco perfeito para essa celebração. Apesar de sua fama, ela garante que não é nada de mais, mas para aqueles que dançaram ao som de suas músicas, ela é uma estrela brilhante no mundo dos bailes. Aos 92 anos, Maria Almeida Mertello, ou simplesmente Maria, é uma figura carismática e inspiradora. Seu legado é inegável, e a emoção era palpável. Afinal, quem não se emociona ao ver alguém tão dedicada sendo reconhecida? Afinal, ela não é apenas uma organizadora de eventos; ela é uma verdadeira inspiração. Seu Clube da Amizade, em Campo Grande, foi um refúgio para aqueles que buscavam diversão e conexão. Seu trabalho foi tão significativo que até mesmo aqueles que dançaram em seus eventos concordam que ela é uma verdadeira estrela dos bailes.

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### Desenvolvimento: A História de Maria e Seu Legado

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Maria Almeida Mertello é uma mulher de histórias incríveis. Ela é a dona do Clube da Amizade, um lugar que recebeu o público 50+ por anos em Campo Grande. Infelizmente, a pandemia fechou as portas do clube, mas o legado de Maria permanece. Ela sempre foi uma mulher de atitude, definindo regras claras para os frequentadores. A proibição de minissaias, shorts, vestidos ou saias godê, vestidos de malha justos e vestidos ou saias com fenda alta era uma das regras mais conhecidas. "No meu tempo não usava minissaia, beijar na boca. Fui criada assim. Queria filtrar, antes dos 25 não entrava, o povo levava a avó e a mãe e queria entrar. Eu não estava afim de pouca vergonha", conta Maria.

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A filha de Maria, Maria Merces, conta que a mãe sempre foi muito clara sobre o que era aceitável e o que não era. "Ela dizia que carinho era permitido, mas pouca vergonha não. Uma vez, uma mulher mais jovem disse que era viúva e queria entrar. Minha mãe mandou ela levar o atestado de óbito. Aí ela falou: 'também vai entrar, mas vai rebolar como se fosse uma velha'."

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A rigidez nas condutas na Casa era motivo de comemoração entre a clientela que não queria "perder" para as mais novas. O intuito era justamente que as que "ficam para trás" pudessem, enfim, ter vez. Maria sempre foi uma mulher que pensava nos outros, e isso ficou claro quando ela criou o Baile da Cebola, onde as mulheres tomavam a atitude e chamavam os homens. Foi nessa época que ela conheceu seu segundo marido. "Eles tinham que dançar pelo menos um pouco. Eu olhei, não tinha um homem mais, vi que tinha um velhinho no bar e eu chamei ele para dançar. Falei que eu era cebola e que ia chamar ele de 'você', porque aqui não tem senhor, não. A gente trata todo mundo como 'você'. Somos jovens. Falei que, se ele pisasse no meu pé, tirava. Acabou virando namoro", conta Maria.

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Após a morte do marido e da segunda viuvez, Maria nunca mais quis saber de namoro. "Cansei, é bom ser livre, ainda mais na minha idade, 92. O que eu quero com homem? Apesar que serve de companhia, pra pegar uma água, uma conversa", brinca. Sobre a saudade dos tempos do baile, ela revela não sentir, apenas das amizades que fez ao longo dos anos. "Era muita felicidade. Eu sonhei e consegui. Foi melhor do que eu imaginei, bem melhor. Essas pessoas que estão querendo me cumprimentar, eu desci do carro e tive que 'correr'."

### Conclusão: A Homenagem e o Legado de Maria

A homenagem a Maria foi uma celebração de sua vida e legado. Edna Pereira de Souza, de 77 anos, e Antônio Luís de Sousa, de 78, estão juntos há 52 anos e já viveram muitas aventuras nos bailes do Clube da Amizade. Os dois foram homenagear Maria e caíram na dança. "Frequentei por 22 anos e era bom demais. Eu gosto de dançar, mas demos uma parada na pandemia e estamos começando de novo. Manteve a amizade. Eu chamo ela de sem-vergonha", comenta Edna. Para ela e o marido, as regras eram boas e o local um ambiente respeitador. "Era bom pra nós, porque aquilo era pra gente. Eu achava bom. Era um baile gostoso. Eu morria de paixão por lá", completa.

A dona da Casa de Dança Janete Martins explica que a ideia da homenagem a Maria veio da vontade de mostrar para ela, em vida, o quanto é uma pessoa amada e importante para a melhor idade. "Dona Maria tem um legado grande. Todos nós vamos embora e, de repente, ela vai, e depois não adianta. Tenho muito carinho, respeito e sei como era o trabalho dela. Fiz de coração mesmo. Ela merece. Para todas nós da terceira idade, temos que tirar o chapéu pra ela. Ela é a rainha. Para mim, a rainha dos bailes, esse é o título que dou pra ela."

A sobrinha de Maria, Edméa Couto, 76 anos, diz que a tia é um exemplo de dinamismo, força e alegria. "Apesar dos seus 92 anos, não perde a alegria de viver. Ela adorava dançar – mal de família. Até que, viúva, resolveu ir com uma amiga no baile da época. Mas ninguém tirava elas pra dançar. Ficou revoltada e resolveu fazer baixinhos, domingueira na sala da casa dela. Convidou amigos da época e começou o baile."

Maria Almeida Mertello é uma verdadeira inspiração para todos nós. Sua história é um lembrete de que nunca é tarde demais para seguir nossos sonhos e fazer a diferença na vida dos outros. Ela é a rainha dos bailes, e seu legado continuará a inspirar gerações futuras.

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