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Hacker que invadiu sistema escolar queria oportunidade de emprego

Publicado em 11/04/2025 16:35

Rapaz de 18 anos preso na operação Rota 443 por invadir sistema Eduweb, utilizado pela Semed (Secretaria Municipal de Educação) de Campo Grande, queria uma oportunidade de emprego, segundo informação a delegada Ana Claudia Medina, durante coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (11), na sede do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), localizada no Jardim Seminário.

Um jovem de 18 anos foi preso após invadir o sistema Eduweb da Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande, com o intuito de conseguir uma oportunidade de emprego. A operação, conduzida pelo Dracco, identificou o invasor em 30 dias. O rapaz, que usou uma VPN para ocultar sua localização, confessou o crime e afirmou que queria demonstrar suas habilidades. Ele chegou a contatar a Agetec para negociar uma vaga, mas a polícia agiu antes que ele pudesse exigir algo em troca dos dados acessados. A Agetec esclareceu que o sistema não foi hackeado, mas sim acessado por meio das credenciais de um colaborador.

De acordo com a titular do departamento, a investigação foi rápida e durou cerca de 30 dias desde a data em que houve a invasão. O rapaz chegou a entrar em contato com a Agetec (Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação) por e-mail avisando sobre o acesso ao banco de dados da Reme (Rede Municipal de Educação) e então foram feitos os trabalhos de levantamento ali mesmo.

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“Quando eles viram que de fato havia esse acesso indevido, nos procuraram e registraram o boletim de ocorrência. Como é algo grave, já iniciamos as diligências especializadas. Conseguimos identificar o autor, onde ele estava e de onde fazia os acessos, mesmo com ele usando VPN de outro país”, explicou Medina.

Questionado durante a prisão, o rapaz confessou o crime e disse que fez a invasão para demonstrar sua capacidade de atuação porque queria uma oportunidade de emprego. “Ele tem 18 anos e tem conhecimento, infelizmente usou para atividade criminosa. Agimos rápido antes dele pedir alguma vantagem por conta dos dados, mas sempre deixou claro que tinha esses dados e que queria algo em troca disso. Ele ficou aguardando o contato da Agetec para que pudesse negociar uma oportunidade, mas essa não é a maneira de fazer as coisas”, pontuou a delegada.

O mecanismo usado pelo rapaz foi o mesmo usado pela maioria dos hackers. Conforme a delegada, navegando pela internet ele achou que o sistema tinha alguma vulnerabilidade e conseguiu o acesso. No entanto, a polícia segue em diligências e trabalhando para excluir esses dados que foram violados e todos os acessos que eles tiveram.

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“Ele baixou, fez uma planilha e começou a conversar diariamente com a Agetec. Fez um perfil na rede social para que pudesse marcar a agência reforçando que tinha o acesso. Quando ele passou a não ter mais acesso, ele começou a enviar o link com os dados para jornalistas. Tentou mandar para a assessoria de comunicação da Polícia Civil, tudo por e-mail e muitas pessoas acharam que era golpe”, contou Medina.

Operação -   O rapaz foi localizado na cidade de Itajobi (São Paulo) durante a Operação Rota 443, deflagrada na manhã desta sexta-feira. Com ele foram apreendidos equipamentos eletrônicos que passarão por perícia técnica especializada. O material poderá esclarecer a dinâmica do crime e identificar possíveis coautores.

Em nota, a Agetec (Agência Municipal de Tecnologia e Inovação) explicou que os sistemas da prefeitura não foram hackeados e sim o suspeito invadiu as credenciais de um colaborador da Semed.

"Vindo a acessar a plataforma de gestão do setor. A tentativa foi prontamente identificada, e a Agetec registrou boletim de ocorrência, adotando as medidas cabíveis. Somente a tentativa de acessar dados relacionados a crianças, e sua exposição ou divulgação, constitui crime", diz a nota.

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