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Jovem escapa de cárcere e pede socorro em posto de saúde

Publicado em 11/04/2025 06:34

A história de uma jovem de 22 anos, vítima de violência doméstica, toca o coração de qualquer pessoa sensível. Ela vivia em uma situação de cárcere privado, imposta pelo próprio marido, um homem de 24 anos, na Aldeia Jaguapiru, em Dourados, a cerca de 251 quilômetros de Campo Grande. A vítima, que já convivia com o agressor há sete anos, conseguiu escapar e buscar ajuda em um posto de saúde, revelando uma situação de extrema gravidade.

A jovem contou que o marido, movido por ciúmes, a agrediu fisicamente após uma discussão na quarta-feira (9). Ele a trancou dentro de casa, tomou seu celular à força, quebrou o aparelho e o jogou em uma fossa no quintal. Ela sofreu ferimentos nas mãos causados pelos estilhaços da película do telefone. O homem derrubou a vítima no chão, pisou em sua cabeça com uma bota de trabalho, desferiu socos e puxou seus cabelos. Apesar de não apresentar lesões aparentes em algumas partes do corpo, ela apresentava machucados no dedo anelar da mão esquerda e próximo ao punho da mão direita.

Durante o período em que esteve presa, o agressor também utilizou uma faca de cozinha para rasgar três ursinhos de pelúcia da vítima e destruir objetos da casa, como um espelho e um aparelho de som. A situação era de extrema tensão e medo para a jovem, que vivia com o filho do casal.

Na quinta-feira (10), por volta das 5h, ao sair com o filho para levá-lo a uma consulta médica, a jovem foi abordada pelo suspeito nas proximidades de uma igreja. Ele a obrigou a subir em sua moto com a criança e os levou de volta para casa, proibindo que ela saísse, embora não a tenha trancado novamente. Ao perceber que ele havia saído, a mulher aproveitou a oportunidade e correu até a UBS (Unidade Básica de Saúde) próxima de sua residência, onde pediu socorro.

Ela foi atendida pelo próprio tio, que atua como farmacêutico na unidade, além da assistente social e do psicólogo, que garantiram sua segurança e acolhimento inicial. Uma equipe da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) conduziu a vítima e o filho até a delegacia para o registro da ocorrência. A jovem solicitou medida protetiva de urgência e foi orientada a não manter qualquer tipo de contato com o agressor. Em caso de emergência, deve acionar a Polícia Militar pelo 190 ou a Guarda Municipal pelo 199.

A vítima foi encaminhada ao IML (Instituto Médico Legal) para realizar exame de corpo de delito, acompanhada por uma equipe policial. Em seguida, foi levada para a casa dos pais, também localizada na Aldeia Jaguapiru. No boletim de ocorrência não há informação se o suspeito foi preso. O caso foi registrado como sequestro, cárcere privado, ameaça e lesão corporal.

A história dessa jovem nos lembra da importância de estar atento aos sinais de violência doméstica e de buscar ajuda imediatamente. É fundamental que as vítimas saibam que não estão sozinhas e que existem recursos disponíveis para protegê-las. A sociedade precisa se unir para combater essa violência e garantir a segurança e o bem-estar de todas as mulheres.

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