
Motorista que matou namorada em acidente é condenado a 6 anos
Publicado em 10/04/2025 09:18
A 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande condenou o motorista Ricardo França Júnior por acidente de trânsito que matou Bárbara Wstanny Amorim Moreira, 21 anos, sua namorada.
A pena é de seis anos e três meses de reclusão, mas no regime semiaberto, por homicídio culposo na direção de veículo automotor. Além da suspensão da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) pelo período da condenação.
O acidente foi na noite de 11 de julho de 2020, um sábado, logo após o cruzamento da Onze de Outubro com Santos Dummont, no Bairro Cabreúva, em Campo Grande.
Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Ricardo, em visível estado de embriaguez, conduzia um Peugeot, avançou a preferencial e desobedeceu a sinalização de Pare.
“Em razão da altíssima velocidade e de seu estado de embriaguez, perdeu a direção do veículo, chocando-se com o muro de uma residência, capotando e lançando Bárbara para fora do automóvel”. Ela sofreu traumatismo craniano e morreu na hora.
Ricardo foi preso em flagrante, mas, dias depois, conseguiu decisão para responder ao processo em liberdade. Em alegações finais, o Ministério Público pediu a desclassificação do crime de doloso para culposo, quando não há intenção de matar. A condenação foi por praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Na sentença, o juiz Aluízio Pereira dos Santos destaca que a liberdade foi concedida após ter recebido carta dos pais da jovem.
“Nossa dor é incalculável, mas ela se intensifica ao ver nosso querido Ricardo atrás das grades, sendo alvo de ataques gratuitos e comentários odiosos, vindo de pessoas que nem imaginam como era a relação dele com a nossa querida filha”, dizia a carta, assinada pelos pais da estudante de biomedicina e divulgada em 15 de julho de 2020.
“O motivo e as consequências do crime são típicos da espécie, bem como a vítima não contribuiu para a sua prática, aliás estava de passageira no referido veículo. Seu erro, se é que assim pode ser dito, foi confiar e entrar no veículo conduzido pelo namorado bem embriagado”, aponta o magistrado.
As testemunhas ouvidas em juízo também relataram que o motorista conduzia o veículo em velocidade incompatível com a permitida para a via, de maneira imprudente e visivelmente embriagado (foram encontradas mais de quatro garrafas de cerveja dentro do carro).
Na certidão de ocorrência do Corpo de Bombeiros Militar, consta que o motorista apresentava forte odor etílico. Porém, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Ricardo França Júnior.