
Lideranças de movimentos sem-terra se reúnem com representantes de Brasília
Publicado em 01/05/2025 10:58
Desde as 8h40 desta quinta-feira (1º), lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e representantes do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) estão reunidos na sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), na Rua 13 de Maio, em Campo Grande, para tratar da reforma agrária em Mato Grosso do Sul.
A reunião acontece após uma série de protestos do movimento, que incluíram bloqueios em rodovias federais, como a BR-163, e a ocupação da sede do Incra na Capital. O encontro discute a regularização fundiária e o assentamento das famílias acampadas em diferentes regiões do Estado.
Zeca Claudinei Barbosa, coordenador estadual do MST MS, classificou o momento como simbólico, porque ocorre no feriado do Dia do Trabalhador. “Estamos colocando em pauta o movimento agrário que já estava esquecido”, declarou. Ele informou que uma nova reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e o presidente do Incra, César Schiavon Aldrigh, está agendada para o próximo dia 19, em Brasília. “Antes iriam apenas cinco representantes de MS. Agora, com as mobilizações, conseguimos ser ouvidos”, completou.
Morador do acampamento em Rochedinho há cinco anos, Paulo Ferreira, representante das LCU (Ligas Camponesas e Urbanas), ressaltou a importância da reforma agrária. “Estamos lutando por alimento na mesa, nos colégios, no comércio. O agro é tudo para nós”, afirmou.
A deputada estadual Gleice Jane (PT) destacou que as primeiras horas da reunião foram destinadas à exposição das demandas das lideranças. “Há famílias acampadas há quase 20 anos esperando por uma resposta”, afirmou.
O deputado federal Vander Loubet (PT) também esteve presente na reunião, que deve seguir durante toda a manhã. Clodoaldo José da Rosa, do MCLRA (Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária), cobrou mais efetividade nas negociações. “Há grandes áreas disponíveis no Estado, mas nada avança. Se a resposta de hoje não for convincente, vamos parar Mato Grosso do Sul inteiro”, afirmou, mencionando a possibilidade de novos bloqueios.