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Falta de alimentos pode ter motivado ataque de onça no Pantanal

Publicado em 22/04/2025 15:17

O ataque de onça-pintada que acabou com a morte do caseiro Jorge Ávalo, 60 anos, em um rancho localizado na região conhecida como “Touro Morto”, a cerca de 150 quilômetros da cidade de Miranda, pode ter sido motivado pela falta de alimentos ou por uma ação involuntária da vítima.

Nota da PMA (Polícia Militar Ambiental), informa que o ataque pode ter ocorrido por diversos motivos. Jorge era funcionário antigo do rancho e teve os restos mortais encontrados em um capão de mato a aproximadamente 280 metros do local na manhã desta terça-feira (22), cerca de 24 horas após o sumiço.

“O caso segue sob investigação, e diversas hipóteses estão sendo consideradas, como escassez de alimento, comportamento defensivo do animal, período reprodutivo (em que o macho se torna mais agressivo), ou mesmo alguma atitude involuntária da vítima que possa ter motivado o ataque”, diz o documento encaminhado à imprensa.

O rancho contava com sistema de câmeras de segurança, no entanto, os equipamentos não estavam funcionando na hora em que Jorge teria sido atacado pelo animal. Quando o corpo do caseiro foi encontrado, a onça estava junto ao cadáver e chegou a atacar a equipe de busca. Porém fugiu após disparo de arma de fogo.

A PMA ainda manifestou solidariedade aos familiares de Jorge que é muito conhecido na região e sempre ajudou com o trabalho dos policiais, além de manter bom relacionamento com os turistas e moradores locais.

“Se tratava de um amigo próximo de todos nós, um verdadeiro membro da família da Polícia Militar Ambiental”, finaliza a nota.

A princípio, nenhuma outra hipótese para a morte de Jorge é investigada pela Polícia Civil. Os restos mortais do caseiro serão encaminhados para o Núcleo Regional de Medicina Legal da cidade para análise.

Ataque – Jorge Ávalo foi atacado por onça-pintada nas primeiras horas da segunda-feira (21). A denúncia foi feita por um guia de pesca local, que havia se dirigido ao rancho para adquirir mel com o caseiro.

Ao estranhar sua ausência, encontrou vestígios de sangue e pegadas de animal silvestre de grande porte nas proximidades. As imagens foram enviadas à PMA e também circularam nas redes sociais. Verificou-se que a propriedade contava com sistema de câmeras de segurança, porém os equipamentos não estavam em funcionamento no momento do ocorrido.

Equipes da PMA de Corumbá, Miranda e Aquidauana seguiram até o local, acessível apenas por embarcação – com trajeto de cerca de duas horas a partir do porto de Miranda – ou por aeronave. No local, os policiais encontraram os vestígios e acionaram o GPA (Grupamento Aéreo da Polícia Militar) e a Polícia Civil, que transportaram o delegado e o perito criminal até o pesqueiro.

Um vídeo recente mostra Jorge relatando que o pesqueiro teria sido palco de uma disputa territorial entre duas onças. (Veja abaixo).

Segundo o médico veterinário e doutorando em Ecologia e Preservação pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Diego Viena, esse tipo de ocorrência é considerada rara.

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