
"Tiraram o asfalto e não devolvem", dizem moradores sobre obra interminável
Publicado em 22/04/2025 10:08
Marcelo Peralta, 43, é um dos moradores do Bairro Bosque das Araras que reclama dos transtornos causados por obra interminável de drenagem que afeta, pelo menos, seis ruas. Ela começou em julho do ano passado, está parada desde outubro e não tem data para acabar.
Moradores do Bairro Bosque das Araras, em Campo Grande, enfrentam transtornos devido a uma obra de drenagem iniciada em julho do ano passado e parada desde outubro. A remoção do asfalto e a quebra de calçadas dificultam o acesso às garagens, causando indignação entre os residentes. A empresa responsável, IOS Engenharia, alega que as chuvas impedem a continuidade dos trabalhos. Enquanto isso, os moradores cobram agilidade e soluções, já que a situação afeta a mobilidade e aumenta os custos com limpeza devido à lama. A Prefeitura ainda não se manifestou sobre o prazo e possíveis notificações à empresa.
No caso de Marcelo, que é vendedor, a maior dificuldade é sair de casa para trabalhar porque foi necessário remover o asfalto e quebrar calçadas para a obra ser feita. Isso gerou um desnível entre a rua e a garagem, que o impede de entrar e sair com o veículo.

"Eu sinto no bolso, pago pelo asfalto com meus impostos e ninguém manda nenhum representante para explicar o que aconteceu", ele se revolta.
A dona de casa Nadieli de Paula Ramos, 36, conta que os vizinhos precisam estacionar carros fora de casa porque também não conseguem entrar, isso sem falar nas enormes crateras que se abriram na rua. "Meu marido sempre tem que ajudar o pessoal a tirar os carros atolados dos buracos", ela fala.

"Tiraram o asfalto e não devolvem", Nadieli protesta, embora reconheça a importância da obra para a região. Ela cobra agilidade.
O gasto de água aumentou na casa da moradora. Há seis meses havia asfalto e não era necessário limpar a varanda e os cômodos com tanta frequência para tirar rastros da lama que vem da rua.
Os trechos mais afetados estão nas ruas Artagnan dos Santos Machado; Amanda Gomes; Salustiana Rodrigues dos Santos; Antônio Corrêa da Silva; e Celce Setti.

Discussão e justificativa - Enquanto a reportagem conversava com moradores, representante da empresa contratada pela Prefeitura de Campo Grande para executar a obra, a IOS Engenharia, passou no local. Ele chegou a ter uma discussão acalorada com Nadiele, que cobrou providências.
Paul McCartney, 46, que se identificou como coordenador administrativo da empresa, explicou que o motivo das obras terem parado, é o excesso de chuva.

"Eu não estou culpando Deus, mas ninguém pode ir contra a chuva. Entendo a indignação dos moradores, mas não temos o que fazer. A empresa tem o objetivo de terminar a obra, mas o solo está muito saturado. Não adianta voltarmos a fazer obra aqui e depois a chuva acabar com tudo. Também não podemos fazer serviço mal feito porque tem fiscalização", justificou Paul.
O coordenador afirmou que equipe da IOS está na região para "avaliar a situação para ver como podemos dar prosseguimento à obra".
A auxiliar administrativo Vanessa Machado, 36, mora na Rua Artagnan há 7 anos. Ela questionou a explicação: "O asfalto está cedendo todo, daqui a pouco não teremos mais rua, vai ser só buraco. Hoje está bem ensolarado, mas não tem máquina trabalhando, por que?".
O procurouu a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande e aguarda retorno para saber se a obra está dentro do prazo e se a IOS recebeu alguma notificação pelo atraso.