
Muro de casa abandonada desaba em ponto de ônibus e moradora denuncia descaso
Publicado em 19/04/2025 10:40
O que era um temor virou realidade. Um muro desabou na noite desta sexta-feira (18), na Vila Sobrinho, em Campo Grande, ao lado de um ponto de ônibus na rua Joa com Ricardo Franco. A queda assustou moradores, mas, segundo relatos, o risco já havia sido alertado há mais de um mês.
A servidora pública federal Daniele Garcia de Oliveira, 53 anos, que mora ao lado do terreno onde o muro cedeu, contou que o incidente ocorreu por volta das 21h, enquanto assistia à televisão com o marido e a filha. “A gente ouviu um estrondo muito forte, chegou a tremer o chão da casa. Na hora, achei que um caminhão tinha caído em um dos buracos da rua”, relatou. O marido saiu para verificar e se deparou com o muro desmoronado.

Segundo Daniele, a estrutura estava comprometida há tempos, e a chuva dos últimos dias agravou a situação. “O muro umedeceu e não aguentou”, afirmou. O imóvel atingido está desocupado e pertence a uma família que disputa judicialmente a herança após a morte do proprietário anterior. A vizinha também destacou outro problema recorrente no local: a infestação de caramujos, que já invadiu diversas casas da rua.

A queda aconteceu justamente no ponto onde moradores, em 18 de março, haviam alertado à reportagem do sobre o risco iminente de desabamento. Na ocasião, a preocupação era de que a estrutura comprometida pudesse ferir alguém que aguardasse o transporte coletivo no ponto de ônibus.
Na mesma data, a Prefeitura de Campo Grande informou, por meio de nota, que uma equipe da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) seria enviada para fiscalização. "Se constatada a irregularidade, o proprietário do imóvel será notificado para a correta manutenção do mesmo [muro]", dizia o comunicado.

A responsabilidade pela manutenção de imóveis particulares e terrenos baldios é dos próprios donos, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

Agora, moradores cobram providências imediatas para evitar novas tragédias. “Acho que a prefeitura tem que tomar uma posição. A gente não pode fazer mais nada, infelizmente. Na última reportagem, desativaram o ponto de ônibus — senão, teria caído em cima de alguém. Eu pensei que ele [o muro] não iria cair porque estava escorado no ponto de ônibus, o que o segurava”, expôs a moradora.
A reportagem solicitou novamente posicionamento da Semadur em relação a queda do muro e aguarda retorno.

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