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Quando João XXIII eliminou o anti-semitismo da semana santa

Publicado em 17/04/2025 07:20

Este ano o mundo cristão celebra a morte e ressurreição de Jesus em meio à cruenta guerra entre palestinos e israelenses, como em tantos outros. Vozes de ódio estão mais uma vez no radar de pacifistas e humanistas, em alguns casos com um revival, um renascimento dos fantasmas nazistas do anti-semitismo. E não é possível contar a história da Igreja Católica sem recordar que ela, durante séculos, apresentou os judeus como um povo perverso.

Nascido para ser odiado.

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Um povo nascido para ser odiado. Desde 1.570, quando o Papa Pio V introduziu o ódio extremo no missal cristão, até a chegada em 1.958 do Papa João XXIII os católicos de todo o mundo rezavam “pelos pérfidos judeus” com esta oração: “Escute, Deus, nossa oração pela obsessão daquele povo para que seja liberado de suas trevas”.

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Um dia, às margens do Tibre….

O “Papa Bom”, como era conhecido João XXIII”, filho de trabalhadores rurais pobres, tinha como um de seus objetivos eliminar essas orações da Semana Santa. Contam que, voltando de uma visita a uma paróquia de Roma, João Paulo XXIII passou com seu carro, nas margens do rio Tibre, em frente da sinagoga localizada no bairro que havia sido o gueto judeu. Ao ver que as pessoas saiam do templo judeu naquele momento, mandou parar o carro e disse a seu secretário que estava pensando em dar as bençãos a eles. Dito e feito. O pontífice se dirigiu a pé até a porta da sinagoga e perguntou aos judeus se podia dar-lhes a benção. Depois de um momento de perplexidade explodiram aplausos. Ao voltar ao automóvel, o Papa disse ao secretário: “Quem sabe o que os teólogos dirão sobre o que acabo de fazer?” E acrescentou: “A verdade é que os teólogos também se equivocam”.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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