
Com juros menores que de banco, empréstimo informal é risco que se prolifera
Publicado em 12/04/2025 07:23
### Início: O Desafio do Nome Negativado
Quando o nome fica negativado, o acesso ao crédito nas instituições financeiras se torna um desafio. Muitas pessoas, em busca de uma solução rápida, acabam caindo em armadilhas perigosas, como os empréstimos ilegais oferecidos por agiotas. Esses empréstimos são frequentemente anunciados em cartazes espalhados por muros e postes, prometendo dinheiro fácil e rápido. A promessa de juros menores que os dos bancos pode ser tentadora, mas o custo pode ser muito alto.
### Desenvolvimento: Alternativas Arriscadas e Seguras
Um exemplo comum dessas alternativas arriscadas é o "empréstimo no cartão de crédito", uma prática ilegal que pode custar caro. Essa prática é considerada crime contra o sistema financeiro. No entanto, existem alternativas seguras, como empréstimos entre familiares ou grupos de confiança, como os moais. Esses grupos se organizam para juntar dinheiro e se revezar no uso dos valores arrecadados, oferecendo uma opção legítima e que ajuda na disciplina financeira.

A economista Andreia Ferreira alerta que, mesmo com taxas abusivas, os bancos oferecem segurança jurídica. "Empréstimos entre desconhecidos configuram agiotagem, o que também é crime. O único empréstimo de pessoa física para pessoa física reconhecido é entre familiares ou em grupos de confiança, como os moais", explica.
### Exemplos e Curiosidades
Para entender melhor como funciona o "empréstimo no cartão de crédito", uma simulação foi feita pelo WhatsApp, com base em anúncios encontrados nas ruas. A prática parece simples: um funcionário vai até a casa do interessado com uma maquininha, passa o cartão no valor escolhido, divide nas vezes que quiser e entrega o comprovante. O valor é transferido na hora, mas a prática é ilegal e pode trazer sérios problemas.

Outra questão é quando a pessoa deve justamente no cartão de crédito e não tem saldo para pegar o empréstimo informal. Nesse caso, os agiotas podem cobrar juros exorbitantes, levando muitas pessoas a uma espiral de dívidas. "Comecei pegando R$ 300 e cheguei a pegar R$ 3.000. Só conseguia pagar os juros. No fim das contas, paguei valor quatro vezes maior que a minha dívida", conta uma mulher de 30 anos que pediu para não ter o nome revelado.
### Alternativas Seguras: Os Moais
Os moais são uma boa e velha alternativa para quem precisa de crédito, mas está fora do sistema bancário. São grupos de pessoas que se organizam para juntar dinheiro e se revezar no uso dos valores arrecadados. Viviane Monteiro, 39 anos, artesã, organiza grupos de moai há pelo menos quatro anos. "Não lembro exatamente quando foi o primeiro, mas o segundo me marcou. Usei o valor para completar a festa de 15 anos da minha filha e consegui R$ 2,5 mil", conta.
Atualmente, Viviane organiza um ciclo atrás do outro. O participante contemplado paga um juro de 15%, enquanto o último a receber leva o valor integral com os acréscimos. "Os últimos grupos foram para reformar minha casa. É uma saída para quem está com nome sujo, sem cartão ou já endividado. Também serve como forma de poupança para quem quer realizar algo no futuro", completa.

### Conclusão: A Importância do Planejamento Financeiro
Para a matemática e psicóloga financeira Ângela Maria Marina, o principal problema é a falta de autoconhecimento. "As pessoas procuram soluções rápidas, mas ilusórias. Entram em empréstimos, cartões e agiotagem achando que estão resolvendo o problema, mas só pioram. Os juros se acumulam e a dívida vira uma bola de neve", explica.
Ela compara o processo de organização financeira a um tratamento de saúde. "É como tomar um remédio amargo. É doloroso, exige sacrifício, mas é necessário. Tem que parar, refletir, mudar comportamento, planejar melhor, abrir mão de viagens e lazer. Ninguém supera uma crise financeira sem esforço", conclui.
Em resumo, é fundamental buscar alternativas seguras e legais para resolver problemas financeiros. O planejamento e o autoconhecimento são chaves para evitar cair em armadilhas que podem levar a mais problemas no futuro.